Páginas

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Casa risonha.

Casa risonha.


Voltando pra casa sempre imaginava
Um sorrisão na porta de entrada.
Por vezes conseguia até visualizá-lo.
Minha casa risonha.
Simples casa risonha
De deitar no chão.
E quase junto à face,
Viajar nas aventuras de brinquedos.
Meu super-herói
De papel de caderno torcido,
Sua capa de papel de bom-bom,
Seu super-capacete dourado
De tampa de perfume,
Sua poderosa lança estelar
De palitos de dentes
Pintado de canetinhas
Amarela e vermelha.
Seu cavalo de rolha,
Com pernas velozes
De araminho de pão de forma,
Suas asas de penas caídas
Da peteca colorida.
Enfrentando a perigosa
Nave alienígena
De caixa de pasta de dentes,
Com suas asas de placas
De caixa de ovo,
Seus canhões de raios desintegradores
De alfinetes de bolinhas coloridas,
Seus destruidores mísseis
De tocos de lápis...
Ah minha casa risonha...
Das quase intermináveis batalhas,
Perseguições por montanhas de sofá,
Em nevoas por trás das cortinas,
Em meio a densas florestas do jardim,
Ou em cavernas debaixo de poltronas...
Do diário constante chiado
Do rádio de pilhas
Sintonizado no noticiário.
Do aroma de bolo
Anunciando o lanche vespertino.
Do chamado que me fazia
Desferir o golpe final na batalha espacial.
Com a lança fundindo
O circuito da nave...
Deixando-a a deriva
No espaço sideral,
Até que se desse nova
Batalha no dia seguinte.
Ah doce casa risonha
De meus áureos...


(Jonathan Freitas)

Um comentário:

  1. é sempre bom revisitar a infância... tempos bons... poema nostálgico...
    abçs

    ResponderExcluir