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quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Escuro.

Escuro.


Tudo semelha longe e distante,
Noite vazia e escura,
Nada fere o silêncio,
Nada quebra a luz ausente...
Mar...
Não há mar de ver.
Escura brisa a face
Cantando aroma de sal...
Passos de guia sentidos,
Quase iluminados
Da leve bruma suspensa.
Som de sereno dançando
Ao assentar da escuridão...
Riscos de luz
No ar de criaturas
Que sonho serem anjos
Cercando-me,
Protegendo-me,
Cuidando-me de bem...
Tento então fazer nada
Para que deixe de ser assim,
De estar assim.
Tudo em vida calmo,
Tranqüilo...
Na mesma paz feliz...


(Jonathan Freitas)

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Meu vento.

Meu vento.


Trago comigo um vento de ir embora,
Embora nele tenha chegado,
Não me perco de meu vento,
Nem pode parar,
Vento parado deixa de ser vento,
E paro junto a ele...
Mas se parar vou assoprar,
Muito e muito forte assoprar,
E se não bastar,
Vou cantar,
E cantando logo dançando,
Girando...
Dançando...
Cantando...
Assoprando...
E o vento formando
E levantando disparando
Como vento que torna ventar...

Sadio e sábio vento,
Sabe a hora de acalmar,
Abrandar ao balanço de rede,
Na mesma calma de secar varais
Sem poeira levantar...

Sabe também forte soprar,
Descompassado ofegar
Até suspirar do gozo
De todo o bom de viver...

Sou eu e meu vento,
Acintoso dissimulado vento...
Não há de segurar ou de amarrar,
Faz de conduzir-me,
E ao levar-me nem sempre
Para onde quero ir...

Desde meu primeiro sopro,
Meu vento...


(Jonathan Freitas)

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Árvore seca.

Árvore seca.


A face do bem-mau gosto presente,
Torne a olhar,
Não de ver e enxergar,
Tome de sentir...

Coisa esquisita se sentir-se único,
Controversando só,
Controversando com só,
Despoje já essa merda de zelo umbilical,
Já nascemos e cá estamos,
Serventia pretérita para tantos,
Muitos sentidos bombardeantes,
Anunciantes de todo poder viver...

Torne a olhar,
Afaste-te caminhando de volta,
Faça reverencias ao tempo vivido,
Contemple sua sabedoria,
Agradeça...
Tão somente mais um ciclo findando...

 A face do tempo de germinar,
Florescer continuar em tempo a correr
Diante dos olhos presos...

Deixe viver,
Vale a pena.


(Jonathan Freitas)

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Sonho do beijo.

Sonho do beijo.

Despertar sorrindo do sonho do beijo,
Ainda pulsa a canção,
A boca, o calor sabor.

Os dias ainda são hoje,
Mais feliz dia presente
Que volta viver acordados olhos,
Sem mal que faça,
Ou melhor que aos poucos seja.

A vez do dia das chances do dia,
Renovando sentidos...

Assobiar em maior afinidade,
Intensidade a canção,
Solfejar flores de cheiro de beijo...

Mirar ao céu de estrelas
Da noite escura de sonhar do beijo
A boca da melodia do beijo,
Ofertando a canção
Pelo sonho do beijo.


(Jonathan Freitas)

sábado, 12 de novembro de 2011

Alegria.

Alegria.


É sempre assim doce,
Vira tudo feliz de novo...
Adversidades vez por outra,
Só pra referenciar,
Não deixar descuidar muito,
Reciclar a malemolência,
Em mais uma emoção,
De lembrar, contar,
Cantar...

Guardar alegrias
Das boas safras,
Para dias tristes...
E somar ao combustível
De recomeçar.

Asas de voar,
Pés de caminhar,
Mãos de cuidar e afagar,
Alma de sentir,
Dom comum de amar...

A rocha rompe-se
Na última investida,
O polimento se dá
No último carinho,
O horizonte é sempre
Lindo e distante...


(Jonathan Freitas)

sábado, 15 de outubro de 2011

Te falar.

Te falar.


Se não sentido,
Te digo...
Não sei outra forma
De dizer:
Te amo...
Mas vou além,
Se não sentido,
Te digo...
Não sei outra forma
De dizer:
O maior amor
De todos os dias...
Passados, guardados,
Lembrados, sentidos,
Consumidos, sofridos,
Vividos, deixados,
Esperados...
Quanto mais te demoras,
Mais linda fica a canção
Que te faço...


(Jonathan Freitas)

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Os dias.

Os dias.


Se os dias fossem feitos
Só de manhãs,
Aurora sol nascente...
Seria o dia todo
De dia começando,
E nunca acabaria o dia.
Mas como seria?
Sem tarde de continuar o dia,
Sem noite de findar o dia,
Sem noite de beijar estrelas,
Sem madrugadas de sonhar
Para o novo dia.
Não teríamos os dias
E suas porções de contar,
Viver sem tempo passar,
Nunca chegaria o dia
De começar e findar viver,
Existir...
Talvez por assim ser,
Se alterne o dia luz,
Com noite luar escura
De brilhar estrelas.
E perceber passar os dias viver,
E fincar marcos de lembranças,
Ter de ver acontecidos vividos
Escritos no caminho...
Histórias de cantar...
E todo acontecer significado
De importância legado,
Justificando sentido viver.


(Jonathan Freitas)

domingo, 9 de outubro de 2011

Perfume canção.

Perfume canção.


Ouço o som do perfume,
Sinto a música da essência
Que a tua volta dança,
Bailar de aromas...

Perfumes coloridos
Como flores nos cabelos.
Dança perfume, cores,
Suave açoite de brisas...

Pela candura atração,
Pelo pecado desejo,
Por coração em acordes,
Pulso canto encanto,
Seduzinte paixão...

Medidas de chão não importam,
Ventos de distancias
Capturam sentidos.
Audível perfume canção...

Longe o brilho estrela pairante,
Acusa-te distante presente.
Paixão viva errante...

Não cruzo o convexo horizonte,
Apenas o vento conduzinte
Do som de canção perfume noitificado,
Ocultando o clarão do dia.

Noites te espero chegar nos dias,
E renovar ver estrela,
Ouvir o perfume...
Sentir...


(Jonathan Freitas)

Poucas horas.

Poucas horas.


Quero o bem que não fiz...
Das flores que não cometi,
Tomo dever pendente.
Contar em aguardo,
As pessoas que não conheci para amar.
Saudade fincada em esperança
Pelo não feito desejo.
Desejos por sonhos,
E um pelo outro se faz,
Transformam-se de dois para um,
E de volta se dão.
Seres,
Caminhos,
Momentos,
Tempo corrente credor...
Quanto ando descubro,
Aprendo quanto mais se pode,
Mais devo ao bem que não fiz
As pessoas que ainda não amei,
Enquanto se findam as horas...
Alongar braços de abraçar,
Com mãos de afagar.
Construir asas de voar,
Mais alto chegar de mais ver,
Mais tudo contemplar.
E quanto mais me dever,
De mais bem fazer,
Mais sorrisos e olhos felizes verei,
Mais corações e almas sentirei,
E de simples amor possível
Concede-me viver.


(Jonathan Freitas)

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Importa amar.

Importa amar.


Somente te mando,
De dentro pra agora,
Do fundo do mundo,
De dentro de mim,
E tomar-te de amar...
Deste mesmo modo simples,
Cantou Vinícius
“Para viver um grande amor”.
Da incongruência dos hábeis
Super poderosos ignóbios do simples,
Aos tolos cuidadores...
Natural de a vida providenciar caminhos,
Reger e seguir...
Mas faço ainda de pesado arrasto,
As frases de amor,
Ao passado amor,
Que para sempre se é...
Impossível arrancar da memória,
Amor não se apaga esquecido,
Ainda que de muito tempo vivido,
Ainda que mal vivido,
Abandonado ao “e se”...
Pênsil a dúvida...
Se disser ser o amor eterno,
Apenço-me...
Apenas pretensão figurar
Em tempo de amar...
Poder amar...
Importa amar...


(Jonathan Freitas)

A festa.

A festa.


Acabou a comida,
Acabou a bebida,
Parece que todos se foram,
Acabou a festa...
Nada a fazer,
Se não ir também,
Mas para onde ir?
Para onde olho,
A mesma vastidão vazia,
Que rumo ou direção tomar?
Olho para cima,
E tudo está vazio,
Nuvens, estrelas, sol, lua...
O céu parece ter sumido também.
Poderia voar ao mais alto possível,
Tentar ver algo conhecido
Que me referencie,
Que me situe,
Que me indique lugar de ir...
Mas noto a ausência
De minhas asas,
Não posso mais voar...
Onde estão meus amigos?
Amores, paixões?
O que aconteceu com tudo?
Com todos?
É...
A festa acabou...


(Jonathan Freitas)

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Amor, sem doma.

Amor, sem doma.


Sei de amar,
Só sei de amar...
Desde sempre amar,
Desde sempre esperar amar...
Desde já sempre amar.

Faz tempo preciso,
Certo tempo amar...
Estranhamente te amo
Na forma que desejo amar,
O ser que desejo amar
Na maneira que desconheço querer...

De tanto não saber
Forma, maneira ou ser,
Desconheço dizer não,
Ao ser, tempo ou forma.

Nas ilusões vividas,
Sofridas, padecidas...
Somente me dou sentir amar
Em virtude sentida...
Adivinhar chegar o amor?
O momento amor?
O julgo se dá ao ato firmado,
Em sentença:
Amor...

Soma do amor vivido,
A fé de mais amor sentir do ser...

Há por acontecer de perder,
Insignificâncias precisas
Em amar,
Em aprender...
Em perder...
Perde-se vivenciar,
Mas a canção foi escrita,
E soará na levância temporal...

Importa o desejo incessante,
Irregrado,
Inesperado,
Do sopro...
Da luz atraente...

E me tomas...
Me ama...


(Jonathan Freitas)

domingo, 31 de julho de 2011

Utopia.

Utopia.


Quero parar um pouco agora,
Estou muito cansado,
Muito está cansado,
Muito está pesado,
Pesando...
Quero somente na próxima
Vez que acordar,
Estar em tudo diferente,
Pisar descalço,
Num assoalho frio de madeira,
Ouvir o ringir numa canção de começar,
Começar a andar o dia,
Querendo não largar
A preguiça boa da manhã...
Caneca com água da quinta de cerâmica,
Cambalear até a janela,
Puxar as cortinas,
E num bom-dia de luz,
Sorrir...
A brisa fresca com cheiro de dia novinho,
Ainda a beleza das cores
Embriagadas nos olhos de sono,
De sonhos...
É tudo tranqüilo assim,
Que quero acordar viver...


(Jonathan Freitas)

domingo, 3 de julho de 2011

Acerto de contas

Acerto de contas.


Deve-me teu desejo,
Deve-me,
Fazer-me te sorrir...
Dívida sorriso...
Quanto amor despejado,
Aplicado me deves?
Entre amores e paixões,
Vividas ou sonhadas,
Idealizadas de próprio ego,
Desejadas de alma cúmplice,
Suspeita, parceira...
Contraventora do medo amar...
Desapregoada de tempo
Novo viver de acordo...
Sem arengas consumidoras, parasitais...
Não te faculto saldo em
Dívida de te feliz fazer,
Em verdadeira e única recíproca,
Que me alcance minha oportunidade...
Torne-me então,
Promissione-me no desejo,
No sonho...
Acautela-me de esperanças
De esperar do certo instante...
Quanto me consome a dúvida
Da certeza feliz?
Fé, desejo, paixão e amor,
Podem por abusos
Desatar as mãos,
E contrapontearem-se,
Egoando por supremos...
Nem mencionarei responsabilidade,
Dos ônus,
Dos atos de cativar-me...
Mas que despertemos atentos,
No próximo sopro...
E de simples,
Façamos as contas,
Olhemos para os rastros
Deixados por amor...


Jonathan Freitas.

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Novos tempos.

Novos tempos.


Deserto de mim pairante
Da vítima de chuva recente,
Faço broto verde
As formas de novas.
Escrevo-te por novo,
Reunindo nova forma combustar,
Disparo estalo começar...
Na forma da chuva,
Na crença da força solar,
Na crença força semente,
Em mesma crença,
Acreditar do solo de semear.
Volto a cuidar...
Encanto germinar...
Tome de mim herança,
Fé e amor...
Abraçar de braços colheita,
Preenchendo lacunas,
De suprimentos aos silos vagos,
De alimentar olhos de sorrir...
Na volta,
De volta acreditar,
Na perene correta
Alternância de sol, chuva,
Noite e dia.
Na nova forma ao mundo viver...
E plantar da chuva,
Colher de sol.
Em mesma nova forma amar...


(Jonathan Freitas)

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Cotidiano.

Cotidiano.


Lembranças de sombras
Não me causam
Mais o medo sentido.
Nem novas sombras,
Acostumei-me as tentativas da luz.
O mundo em que piso
Aqui e acolá,
Ainda é o mesmo,
De passagem ligeiramente
Transformado,
E o tempo passado.

Vejo-me sonhando
Novos e velhos sonhos,
Que como telhados
Em crescente número
Aglomeram-se nos olhos
Na paisagem...
Telhados não se erguem
Sem suas paredes
De sustentar...

Andar, caminhar
E viajar...
Espaço e tempo,
Nada faz novo
Se não por sentir o ato,
O momento no instante
E situação de viver...

Desperdício e degrado,
Se não de mãos próprias,
Fazer no conduzir das rédeas,
O novo germinar.
Este que se desvaloriza temporal,
Com a desmedida partilha,
A mesma de fazer
Alegrar os olhos...

Não quero compor sozinho
Minhas novas canções,
Mãos e abraços,
Compartilharão em sincronia
A partilha no mesmo instante
Ato do tempo corrente...

Muito ainda discorre sem sentido,
Por ora sem sentido,
Talvez a graça esteja
No olhar atento
Ao que parece não
Mover-se,
Nada é inerte
Ao movimento universo.
E tudo se renova
Em todo instante tracejante...


(Jonathan Freitas)

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Beijo roubado.

Beijo roubado.


Encanto luz de primeiro olhar,
Desejo tímido contido
De tomar-te de assalto,
O beijo...
Instante regido de indecisão,
Marcado de, e se,
Sim ou não...
Sensato sentido somente
Na segunda luz,
Quando tomado súbito,
No mesmo sonhado assalto,
Tomas meu beijo...
Na mesma duração estremecente,
Estonteante, apaixonante do beijo,
Na mais desarvorada forma
Busco o que fazer,
Dizer ao findar do colho acometido...
Temor de desprender tua boca,
Em somas de infinitar...
Mas se dá o momento de olhar,
Calar...
Olhar...
Sorriso...
Olhar...
Beijar...


(Jonathan Freitas)
 

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Reflexão.

Reflexão.


O contrario de alegre é triste, o de feliz é infeliz. Não consigo mensurar um ser humano infeliz. Prefiro supor que pessoas que assim se consideram, podem talvez, melhorar sua condição com mudanças no olhar.

Considero nosso estado vivente por si próprio, uma grande felicidade repleta de momentos alegres, e alguns nem tanto. Todas as situações a que somos acometidos, tem seu lado bom, outro nem tanto. Em momentos adversos, pode ser difícil ver e exaltar tais facetas destes momentos, mas estão lá, e existem.

Gosto muito daquele comercial de refrigerante, que diante de um copo pela metade, questiona se enxergamos o copo meio cheio, ou meio vazio. Nossa atitude, nosso posicionamento mental, faz muita diferença na forma como elaboramos diante de situações, e nos resultados obtidos.

Os sentimentos que preferimos nutrir funcionam como uma espécie de indicativo para o caminho que trilharemos. Sentimentos ruins, caminhos mais complicados. Por exemplo: quando não conseguimos perdoar, carregamos mágoa, e mais dor, que poderíamos evitar.

A forma como nos dispomos a conhecermos a nós mesmos, nossa disposição e vontade para tal, tem direta influencia sobre nossa forma de olhar, ver, sentir, deliberar e agir. Quanto menos nos conhecemos mais rápida se dá nossa reação. E quanto mais rápida se dá nossa reação, menos possibilidades deixarão de serem analisadas. Assim sendo, menores as chances de termos optado pelo melhor caminho.

A forma como medimos as conseqüências de nossas ações, tem influencia direta no meio em que vivemos. Exemplo: quando nos preocupados com o correto destino que damos aos nossos descartes, lixo e tudo mais que julgamos não mais nos servir, reflete nossa contribuição para o mundo que queremos viver, que queremos para nossos iguais, e para as gerações futuras. Soma-se a isto nossa responsabilidade de nossos atos influenciarem, direta ou indiretamente nas ações dos seres a nossa volta. Ou seja, em algum momento, algo é copiado.

Em algum momento nosso mundo passou a existir. Não vou questionar a forma como se deu tudo que temos desde o início até o momento em que nossa história começa a ser contada em registros, verdadeiros ou não. O fato é nosso mundo existe, e estamos aqui, presentes, vivendo.

A descoberta de que a vida em coletividade, organizada em sociedades é fundamental para a evolução e os resultados atingidos até então, nos dão um bom indicativo de nosso papel em nosso meio. E suponho ainda que gostaríamos que algumas catástrofes não naturais, e até mesmo pequenas mazelas evitáveis não acontecessem. Mas continuam a acontecer.



Não vou mencionar o amor. Este e suas facetas se faz presente e necessário em absolutamente todo o contexto.

O mundo em que vivemos, é exatamente a colheita da contribuição do semeio de cada ser, passados e presentes.


(Jonathan Freitas)

terça-feira, 24 de maio de 2011

Surgimento.

Surgimento.


Surpresa te ver,
Surpresa por desconhecer
O tempo de ver,
Sem preço apreço.
Lua de roda gigante,
De gira mundo,
De sol e lua...
Para sempre ver,
Bastando aprender com a chuva,
O fato certo tempo
De cada melhor tempo
De cada tempo de ver...
Levante, virada de fatos,
Predispostos fatos...
Existentes...
Sem preponderar
Momentos,
Sem regrar o tempo de sentir...
Sem vesperar...
De simples encontro,
O surgido momento.
E da hora de sonhar,
Ao momento despertar,
Somente te faço de mim,
A certeza que ontem
Não tivemos...
Movendo por sim,
Apenas se dão
Os desejos de sonhar...
Onde nada se dá de segurar,
Ou de existir que não apenas
De dentro querer.
Surgimento de esquinas
Acenando novos seres,
Novos fatos.
Desconsiderados que por hoje
Ganham brilho reluzente.
Mudar o novo,
Novo surgimento,
Novo ser
No nascer dos dias.


(Jonathan Freitas)

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Arrumar a cama.

Arrumar a cama.


Não quero arrumar a cama,
Queria para sempre
Contemplar os moldes estampados.
Mesma forte marca do poema
Concebido na areia de beira mar,
Feito para desaparecer
No movimento das águas.
Guardar os sentidos,
Até que sejam esquecidos...
Guardarei algumas coisas de ver,
Ter o de enxergar ao mirar idos.
Algumas histórias de cantar...
Mas precisamos desfazer a cama
Do nosso breve instante.
De moldar nossos corpos
No leito ninho...
Repare as formas
Do lençol somente
Na hora de fechar os olhos,
Quando a volta de dentro
Transpirar as sensações
Do momento de moldar a cama.
Guardarei somente os moldes...
E assim cantarei feliz,
Ao lembrar-me do gozo
Ao ser paixão,
Pelo gozo ao ser paixão.


(Jonathan Freitas)

terça-feira, 17 de maio de 2011

Trechos do livro: “O livro que nunca vou acabar de escrever.”

Trechos do livro: “O livro que nunca vou acabar de escrever.”


“... e mencione frustrações ao lembrar-se da cegueira no ato em que em “vermelho” o caminho era apontado...”

“... depois faça as contas olhando para os rastros deixados pelo seu amor...”

“...recusou-se a amar com a mesma dignidade do ser de casco e rabo aterrorizado  com o primeiro arranhão...”

“...na pior das dores sentidas antes do fim, foi consagrada na insegurança, na fraqueza convalescente do tombo, a incerteza de ser amado...”

“...no primeiro momento de solidão, a dor mais egoísta se deu a pungir, referenciando-se como o mais triste ser... Pobre tolo, mais do surpreendente lhe riscará a face em atenção...”

“...coisa mais comum é a adubação do remorso, a negação dos sentidos, alimentar-se da mentira a alma e coração... Tudo bem, a fingida felicidade ainda convence...”

“...e quando pretenderes alcançar-me, construa asas maiores que as minhas... Será a forma de compensares o tempo na distancia... Quanto as emoções perdidas não saberei sugestionar...”

“...vê só, repara como a rima contrária ao amor, paira sobre a paixão... Natural que seja, cada algo com seu contrário... Difícil é conceber em discernimento algo oposto equilibrando com a inveja...”

“...tudo bem, sangue de barata para dar risada  ao viés de lamentar, mas nada como esperar pelo acontecimento da sentença de Lavoisier...”

“...algumas coisas são muito extremas, certo ou errado, verdade ou mentira, bom ou ruim.... Na hipótese menos ruim, passa-se invisível ao preconceito, mas sempre tem um filho da puta com o dedo em riste, anunciando o ser que destoa do sagrado convencional...”

“...a diferença entre remédio e veneno, pode ser a dosagem... Compara lá com aquele lance que virou bordão, razão e emoção... Nem me fale o que tomou, posso vomitar...”
“... a maneira mais simples, fácil de me chatear, é me ignorar depois de me cativar... Se esforce um pouco mais para me magoar...”

“...para o amigo fiel disse que amizade não tem preço... Mas já inventaram uma combinação de algarismo capaz de arrancar os olhos da face... Todos conhecem pelo menos um amigo “cego”...”

(Jonathan Freitas) – do livro: “O livro que nunca vou acabar de escrever.”

domingo, 15 de maio de 2011

Surpresa.

Surpresa.


De surpresa fecharei teus olhos,
Mais que depressa no susto,
Tentarás reconhecer-me com as mãos,
Enquanto te deixo um beijo,
Te assustas do beijo,
E de não me conheceres
Por beijos...
No impulso tentas arrancar
Minhas mãos de teus olhos...
Mas és impedida pelo
Novo perfume que sentes,
E diz, confia...
Em lento suavizar,
Me buscas pela nuca,
Em frontal beijo
Buscas meus olhos
Escondidos mascarados,
Minha mão passa
A passear teu corpo
Que no mesmo abraço
Sente passear junto,
Meu corpo no teu...
Não há mais máscaras,
Não há mais nada,
Somente as peles
Fusas no mesmo suor,
E somente palavras
Ditas e lidas nos olhos,
Pulsadas no mesmo ofegar,
Se acalmam no beijo
De acalmar,
De dizer...
Nada dizer...
Olhar...


(Jonathan Freitas)

domingo, 8 de maio de 2011

Centelha.

Centelha.


Então foi isso,
Depois de vertida
Em desacreditada,
Guardada somente
Por relembrar...
Foi vitimada da certeira
Centelha iniciadora,
Renovadora, avivadora...
Vendo tudo isso,
E longe veio aquele vento,
O mesmo infinito universal,
E de leve pôs-se a soprar,
Acelerando a consumição,
Iniciando a conspiração...
Vendo os céus a nova chama
De luz clara e boa,
Passou a mais ventos
Avivadores enviar,
Dutos sintônicos acendem,
Retornando a fluir,
Vertendo a girar,
Mirando sublime
Ao temporal momento sentimento,
Da doce ira furor
Em estado de amar,
Consumando-se no ligar
Da centelha de paixão
Estalada do encontro do olhar...
Dar de resistir até se dá,
Apague a centelha.
Mas sofra do remorso de não ter,
Mais uma canção de assobiar sorrindo...


(Jonathan Freitas)

domingo, 1 de maio de 2011

Inevitável.

Inevitável.


Um vento quente sugou-me
De lado a face...
Empurrando meus olhos
Ao rumo desconhecido,
Somente cessando,
Ao dar-me de ver os teus...
E de pronto anunciou
A nova paixão.
Sem tempo de nada.
Medo, receio, cautela
Ou tentar negar.

Não houve tempo
De para mim mesmo mentir,
E covardemente tentar fugir
Do visgo neutralizador das faculdades,
Catalisador da tolice de amar...

Despertado do vácuo da
Lacuna temporal,
Dei-me conta dominado,
Cativo da inesperada
Fulminante paixão...

Dei-me sem juízo a debochar
Da rima contrária do amor.
Na coragem desmedida
Do ser extasiado,
Pus-me de simples a gozar
Da vindoura certeira felicidade infinita...

O pára-quedas não abriu,
E na mais difícil maneira
Voltei ao chão,
Olhei a volta ao tempo do chão,
Ainda a tempo de sentir,
O sabor do beijo deixado...

Dou-me feliz,
Amei a mais sem querer...

Portas e janelas abertas,
Ventos se dão...



(Jonathan Freitas)