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quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Encontros e sonhos.

Encontros e sonhos.


Ela:
- Como me encontrou?
Ele:
- Nos sonhos, você lendo-me. Você me chamou. Uma foto escura de um rosto de luz. Rosto de olhar preso. Perguntei-me, o que encanta este olhar? Parece assistir a coisa mais mágica do mundo, lhe abrindo a alma.
Ela:
- Foi isso? Sonhou que te chamava?
Ele:
- Sim foi.
Ela:
- Sonhei que chamava alguém, mas não sei se era você. Invocava em doces brados a aplicação da lei do príncipe e da raposa. Mas se era você no meu sonho, quando me cativaste, ou eu a você?
Ele:
- Nos sonhos, só pode ter sido. Ou será que não podemos trazer dos sonhos nossos cativos de alma? Ou pior, será que não podemos cativar nos sonhos?
Ela:
- Não sei ao certo, pois sonho dormindo e acordada, estou sempre sonhando.
Ele:
- Eu também, mas nos meus sonhos vejo seres reais, e imaginários. Também acontece de seres de um lado passarem para o outro, aí vira uma confusão só. Uns que não eram, passam a ser, uns que eram, desaparecem dos sonhos, e os perco no mundo real.
Ela:
- Aqui é mesmo muito diferente, até mesmo a alma poeta, vez em quando anda se escondendo. Tanta coisa ruim, gente perversa, sem coração. Lá não, é tudo lindo, gente se abraçando, se amando. Até seres com dores vão até lá em busca dos antídotos do amor.
Ele:
- E poetas? Veja quantos!
Ela:
- Poetas são naturais daqui, todos nascem aqui, pelo menos mentes, almas, corações e todo sentimento, até o que não lhes cabe. Daí vão lá pra baixo escrever, e procurar quem queira ler tudo deles da alma. No real é difícil encontrar leitores com olhos abertos a serem acarinhados em poesia.
Ele:
- É bom, porem perigoso, quando encontramos seres dos sonhos no real, pessoas no real se perdem com muita facilidade, difícil mantê-las junto a nós. Mas é muito melhor, quando pessoas do real vêm para os sonhos, é uma farra só, e nunca nos perdemos.
Ela:
- Mas então, Éramos nós nos sonhos? Cativamos-nos? Como nos encontramos? E o que faremos agora?
Ele:
- Não sei, nem mesmo sei se estamos no real ou nos sonhos.
Ela:
- Acho melhor dormir-mos, quando nos encontrarmos de novo, talvez seja mais fácil descobrir o que fazer, ou o que somos um para o outro.
Ele:
- Mas como saberemos onde estaremos no próximo encontro?
ela:
- Confiemos na alma, nos sentimentos, eles nos darão toda resposta que precisamos. Bons sonhos.
Ele:
- Bons sonhos pra você também.

Eu:
(Jonathan Freitas)

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