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segunda-feira, 7 de março de 2011

Blasfema.

Blasfema.


Fui traído,
Traído pela vida,
Fui iludido ao nascer,
Sem saber ao certo
Que era feliz...
Não sou o único, eu sei,
Mas o conspirador nos revela
Dissimuladamente nosso futuro.

Surpresas,
Ótimas, boas, legais,
Ruins ou péssimas,
Não faltaram.

Apenas dois olhos
E um coração...
Pouco para enxergar e sentir
O pequeno universo que me cerca

Era feliz,
Mas, a exemplo de muitos,
Não senti a mudança dos ventos.
Assim como o sol que
Ao amanhecer aos poucos se aquece,
Ou como a maré,
Que sobe e desce,
E poucos percebem.

Percebi então, sentimentos.
Estes mesmos,
Dos quais a muito sou dotado,
Ofertaram-me a cruel dúvida
Da emoção e razão.

Falam-me de
De amor,
Amizade,
Felicidade...
Falaram-me até de
Mundo perfeito.

Tudo isso existe,
Mas muitas coisas,
Na mais remota forma,
Muitos dizem:
“A esperança é a última que morre”
Mas como é descrita
Na própria passividade
Do dito popular...
...Morre.

E assim vivo
Blasfemando.


(Jonathan Freitas)

Um comentário:

  1. mas no fundo, bem no fundo, a esperança ainda existe... se não existisse, pra que blasfemar?
    Mto bom esse!

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